O Mundo muda e nós mudamos com ele

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O Mundo mudou. Dentro de mim e à minha volta. À medida que vamos crescendo, em tamanho e em idade, a visão do Mundo altera-se dentro de nós. E cá fora o Mundo também muda. Mudam-se as modas, as tecnologias, os valores, os comportamentos. E no meio disso tudo, vamos ganhando e perdendo coisas. Algumas fazem-nos falta. E hoje acordei com saudades de muitas delas. Talvez por isso, ao ouvir as músicas da radio esta manhã, fui inesperadamente levada para outros tempos. Invadida por um sentimento nostálgico que me fez recuar, numa viagem imaginária, mas fundamentada por acontecimentos reais, de regresso ao passado. E há coisas que deixam saudades. Ao som de ‘I Dont Want To Talk About’ , de Rod Stewart, aterrei numa sala de aulas transformada em espaço de baile, onde, timidamente, eu a as raparigas da minha idade, esperávamos que o tal rapaz, com quem já trocávamos olhares há semanas, tomasse coragem para nos convidar a dar dançar um slow. Pena ter-se perdido este estilo musical. Era o momento mais esperado nas matinés e nas fugidas à discoteca no sábado à noite. ‘A menina dança?’, perguntaria José Duarte, aos microfones da RDP.
Nova música, nova viagem, desta vez ao som dos Sétima Legião. ‘Por quem não esqueci’. E, embora não tendo o sentido romântico da música, os meus pensamentos levam-me mesmo a alguém que não esqueci. “Procuro à noite um sinal de ti”. De noite, de dia, a toda hora. Um sinal, de que algures, quem perdi, esteja ainda de alguma forma junto de mim.
Recuo aos fins de tarde na casa dos meus pais, ao sinal do assobio que anunciava a chegada do meu pai, aos momentos de carinho com que saudava a minha mãe. Mesmo quando zangados, não deixavam o outro sair de casa sem um beijo de despedida. As saudades desse tempo, em que o tinha aqui, apertam o coração. A música acaba e a hora é de notícias. Deixo de viajar, mas o sentimento nostálgico fica.

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